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Cannabis Medicinal no desempenho atlético

De acordo com as regras da WADA (Agência Mundial Antidoping), a Cannabis está atualmente proibida em competições, no entanto, um dos principais fitocanabinoides presentes, o CBD, foi especificamente retirado da lista de substâncias proibidas pela WADA em 2018. Isso resultou em um aumento significativo do interesse pelo CBD no mundo do esporte.
Todos os outros derivados de fitocanabinoides são proibidos por padrão, com exceção do THC, que é classificado como uma substância de limite. Isso significa que apenas concentrações superiores a 150 ng/ml na urina resultam em uma violação das regras antidoping (ADRV) [6]. É fundamental destacar que a regulamentação legal do CBD em si é complexa e, portanto, é crucial que os atletas estejam cientes das leis específicas de seus países e, no caso dos Estados Unidos, das leis estaduais antes de considerar o uso potencial do CBD no esporte. Apesar da falta de clareza em relação à legalidade do comércio e consumo de CBD, a suplementação com CBD tem ganhado popularidade entre atletas devido aos supostos benefícios para o desempenho e recuperação atlética. No Brasil, o consumo de CBD para fins medicinais já é permitido pela ANVISA, já sendo popular, inclusive, para os praticantes de atividade física.

Dor, inflamação e função muscular desempenham papéis cruciais no contexto do exercício físico. Durante períodos de competição intensa e sessões de treinamento especializadas, a gestão da dor e da recuperação muitas vezes envolve o uso de anti-inflamatórios não esteroides e em alguns casos, opiáceos. Portanto, não é surpreendente que um estudo recente com atletas de rugby de elite tenha revelado que 26% deles já experimentaram ou utilizado suplementos de CBD. Neste estudo, cerca de 80% dos jogadores mencionaram o controle da dor como a principal razão para experimentar.
Sono e ansiedade desempenham um papel crucial na recuperação de atletas pois frequentemente relatam desafios relacionados à quantidade e qualidade do sono. Vários fatores podem contribuir para distúrbios do sono em atletas, incluindo o uso de suplementos pré-competição, o cronograma de competições, as implicações das viagens de longa distância e a ansiedade associada à competição. Portanto, é compreensível que os atletas estejam explorando produtos como o CBD, com a esperança de melhorar a qualidade do sono e reduzir a ansiedade.

Em conclusão, estudos pré-clínicos demonstraram que o CBD possui propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, ansiolíticas e neuro protetoras e influência no ciclo do sono. Portanto, o CBD pode ser considerado um composto promissor no domínio do esporte para ajudar os atletas a gerenciar lesões, ansiedade, estresse ou distúrbios do sono.

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Junho Amarelo – Combate as hepatites virais

Iniciamos um novo mês trazendo uma nova pauta a ser discutida: as hepatites virais. A hepatite viral é uma condição que provoca inflamação no fígado. Ela é desencadeada por diversos tipos de vírus, que se propagam de maneiras distintas. São identificados cinco tipos principais de hepatite: A, B, C, D e E. As hepatites mais perigosas e comuns no Brasil é a B e C, podendo causar cirrose e câncer no fígado. Geralmente são diagnosticadas por exames de sangue e infelizmente não existe um tratamento certo para a cura, porém geralmente os médicos costumam prescrever antivirais.

Sabendo dos diferentes tipos, cada um deles é transmitido de uma forma e a prevenção também é individualizada, como:
Hepatite A – é transmitida pelo contato com fezes de pessoas infectadas, ela é considerada a forma mais leve das hepatites virais e, na maioria dos casos, cura-se espontaneamente em algumas semanas. A prevenção recomendada é lavar as mãos com frequência, consumir alimentos e água tratados e vacinar-se contra hepatite A.
Hepatite B – é transmitida por contato com sangue ou fluidos corporais infectados, como o uso de drogas injetáveis, acidente com agulhas, procedimentos médicos e parto de mãe infectada. Podendo ser aguda ou crônica: a forma aguda ocorre na maioria dos casos e pode causar sintomas como febre, fadiga, perda de apetite, náuseas e vômitos, já a forma crônica ocorre em uma pequena porcentagem dos casos e pode levar a cirrose e câncer de fígado. A prevenção recomendada é não compartilhar agulhas, vacinar-se contra hepatite B e ter relações sexuais de camisinha.
A hepatite C é similar à hepatite B, na qual a única diferença é que ela é mais grave e severa.

Após entendermos o que é as hepatites virais, a cannabis ultimamente vem sendo um estudo de potencial tratamento para essa condição, sabendo que o CBD tem propriedades anti-inflamatórias, antivirais e antioxidantes. Um estudo de 2017 mostrou eficácia no uso dos benefícios do CBD na hepatite C, porém para hepatite A e B os resultados ainda são inconclusivos. Lembrando que é sempre importante estar passando por um acompanhamento médico para iniciar seu tratamento de forma segura e eficaz com a Cannabis Medicinal.

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Um pouco sobre Cannabis e suas origens e características

A Cannabis Medicinal é de grande valor para as indústrias farmacêuticas principalmente pelo fato da eficácia no tratamento de diversas patologias, diante do cenário de crescimento desse mercado é fundamental o conhecimento sobre o uso correto e todas as características, tipos e variáveis presentes nessa planta.

O Canabidiol é uma das principais substancias extraídas da planta para  o uso medicinal, que só veio a ser isolado por volta do século XX pelo químico Raphael Mechoulam, foi a partir desse momento que a ciência descobre o sistema Endocanabinoide, responsável por regular diversas funções.

Atualmente, os cientistas se dedicam ao estudo da Cannabis e se identificou três tipos da planta. A Cannabis Sativa é uma planta alta e fina que geralmente demoram um pouco mais para amadurecer, costumam ser encontradas em climas quentes e secos e apresentam doses mais baixas de CBD e mais altas de THC, por essas características costuma ajudar para pessoas com sintomas de ansiedade, dor crônica e epilepsia. A Cannabis Indica é uma planta mais larga e baixa, crescem mais rápido que a sativa e costumas estar em clima das montanhas e tem níveis mais altos de CBD e menos THC, a partis disso tem efeitos melhores para insônia, dor de cabeça e musculares. E por ultimo a Cannabis Ruderalis que por não produzir muitos efeitos, não é utilizada para o ramo medicinal.

O uso frequente da Cannabis Medicinal só não é maior pela desinformação e preconceito, diversos relatos de casos e comprovações cientificas mostram a eficácia no tratamento de diversas doenças na qual não são resolvidos com tratamentos convencionais. A Anvisa autoriza o uso da planta para fins medicinais prescritos por médicos para uso pessoal, podendo ser expandido para produtos para pele, cabelo, spa entre outras opções.

As siglas CBD e THC estão muito presentes no universo da Cannabis Medicinal, e o significado delas traz uma grande diferença para a utilização dela. O CBD é um dos principais canabinoides encontrado. Ele não possui efeitos psicoativos significativos e não causa a sensação de “estar chapado”. O CBD tem sido associado a uma variedade de benefícios potenciais para a saúde, incluindo alívio da dor, redução da inflamação, regulação do humor e melhoria do sono. Já p THC é o principal composto responsável pelos efeitos psicoativos. Ele se liga aos receptores no cérebro e no sistema nervoso central, criando sensações de euforia, relaxamento e alteração da percepção. Além disso, o THC também apresenta propriedades medicinais, como alívio da dor e redução de náuseas.

Após todas as informações que recebemos desse texto, entendemos que a Cannabis tem diversos tipos e todos eles trazem. Caso você tenha alguma dúvida ou se interessou pelos benefícios dessa planta entre em contato conosco para viver uma nova experiencia.

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Saúde Feminina com benefícios da Cannabis Medicinal

O uso da Cannabis Medicinal é uma grande inovação, que está ganhando força diante da população, mas o que muitos não sabem é todos os benefícios que ela traz para tantas patologias, inclusive para a saúde da mulher com uma alternativa terapêutica que vem trazendo grandes resultados benéficos.

Há comprovação por cientistas que a Cannabis tem efeitos relaxante para alivio de dores, anti-inflamatórios, antidepressivos, e até como estimulante sexual. Hoje as pesquisas crescem por todo o mundo com o relato positivos de pacientes que utilizaram a Cannabis Medicinal como alternativa de tratamento e a melhora de todos eles.

O sistema Endocannabinoide é quem faz o corpo humano funcionar, promovendo o equilíbrio das funções metabólicas. Ativado por endocannabinades e fitocannabinoides que são os compostos presente na cannabis e agindo no sistema nervoso central, no sistema nervoso periférico e também no sistema reprodutivo, assim se explica as aplicações da planta com eficácia na saúde intima da mulher.

Sintomas menstruais, como a cólica e a TPM, a menopausa, o tratamento de endometriose, o câncer de mama, a depressão pós parto e a ansiedade são alguns problemas recorrentes que as mulheres enfrentam ao longo da sua vida e a Cannabis vem com uma proposta de transformação e suporte para a melhora dela.

Durante o período menstrual a grande maioria das mulheres se queixam de mudanças no humor, dores abdominais, sensibilidade nas mamas, náusea e as vezes acabam até no hospital pela gravidade desses sintomas. A Cannabis Medicinal se apresenta como uma ótima alternativa de alivio, já que o CBD tem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias.

Os sintomas da menopausa para as mulheres é o mais “aterrorizante” e isso se dá pela intensidade de alguns deles, como o calor excessivo, irritabilidade, insônia e desconforto muscular. Estudados afirmaram que as mulheres que estão na meia idade optam pelo uso da Cannabis Medicinal para aliviar as tensões dessa condição.

A endometriose é um problema que atinge milhares de mulheres e para quem vive com essa condição, a cirurgia não é uma opção e a única opção de tratamento é reposição hormonal. O sistema Endocannabinoide se conecta com a Cannabis e traz alivio para essas dores e diminuindo a inflamação.

O Instituto Nacional do Câncer revela que mais de 65 mil mulheres apresentaram câncer de mama e desse total mais de 18 mil delas perderam a vida. Nesse caso a Cannabis Medicinal pode ser auxiliar na regressão da doença e amenizar as consequências da quimioterapia.

depressão pósparto é uma sensação de extrema tristeza e perda do interesse em atividades comuns durante as primeiras semanas ou meses depois do parto. A Cannabis Medicinal tem propriedades antidepressivas que podem auxiliar na melhora desses sintomas e também da ansiedade que está alinhada com a depressão muitas das vezes, podendo oferecer melhora na qualidade de vida do paciente.

Com todas essas informações concluímos os benefícios da Cannabis Medicinal para a saúde feminina, seja ela intima ou não, demonstrando os benefícios da planta. Caso você viva com algumas dessas patologias ou conheça alguém que sofre com elas, entre em contato conosco para viver uma nova experiencia.

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Como a Cannabis pode auxiliar no tratamento odontológico?

A Cannabis tem uma ampla aplicabilidade e alta eficiência em tratamentos de saúde devido às concentrações de princípios ativos que podem ser utilizados como medicamento em diversas doenças. Até 40% da planta pode conter canabidiol (CBD), mas ela também contém outras substâncias terapêuticas, como o tetraidrocanabinol (THC).

Essas substâncias podem ser isoladas e sintetizadas de uma forma segura e confiável por métodos laboratoriais. São princípios ativos que interagem com o sistema endocanabinoide, um canal que possibilita a comunicação entre o cérebro e diversos processos do corpo humano. Ele controla a temperatura, apetite, memória, humor, cognição, entre outros. Logo, é responsável pela homeostase.

O sistema endocanabinoide é composto por três componentes principais, sendo:

  • receptores canabinoides (CB1 e CB2): transmitem informações para o interior das células;
  • endocanabinoides: moléculas responsáveis por ativar os receptores canabinoides;
  • enzimas metabólicas: faz a quebra dos endocanabinoides depois de terem sido utilizados pelas células, garantindo seu uso apenas quando necessário.

A Cannabis consegue interagir com o sistema endocanabinoide porque ela contém moléculas que são muito semelhantes àquelas que o organismo humano produz. São chamadas de canabinoides vegetais ou fitocanabinoides.

Cannabis é uma planta medicinal composta por princípios ativos com alta compatibilidade com o organismo humano. É por isso que se mostra tão eficiente, e seu uso pode ser estendido ao tratamento odontológico.

Como explicamos, a Cannabis Medicinal promove efeitos analgésicos e anti-inflamatórios no organismo. Assim, é uma ótima alternativa para os quadros dolorosos, como a síndrome miofascial e os distúrbios da articulação temporomandibular.

Como o sistema endocanabinoide também regula processos inflamatórios, podemos utilizar a Cannabis medicinal para fazer esse controle de inflamações. Com isso, ela apresenta bons resultados no tratamento de quadros de gengivite, e seus princípios ativos também atuam nos tecidos duros.

Sendo assim, a Cannabis é receitada no tratamento odontológico com implantes. Além de combater possíveis inflamações, promove analgesia no pós-operatório e contribui com a cicatrização dos tecidos. Isso traz mais uma aplicação da planta, em casos de lesões intraorais.

Sabia que até mesmo os quadros de bruxismo podem ser tratados com o auxílio da Cannabis? Isso porque ela também tem uma atuação ansiolítica, ajudando a induzir o sono e evitando o ranger de dentes.

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Cannabis: Efeitos na saúde bucal

Pontos-chave

  • Historicamente, o principal modo de uso de cannabis (“maconha”) tem sido fumar, mas vaping cannabis também é comum e produtos contendo cannabis têm se tornado cada vez mais disponíveis, incluindo alimentos infundidos (comestíveis), bebidas, óleos, concentrados e pomadas tópicas.
  • O tabagismo de cannabis está associado a complicações periodontais, xerostomia e leucoplasia, bem como ao risco potencialmente aumentado de desenvolver câncer de boca e pescoço.
  • O uso de cannabis aumentou significativamente nos últimos anos devido à expansão da legalização da cannabis para uso medicinal e recreativo em vários estados dos EUA, embora continue sendo proibida pelo governo federal.
  • Com o uso crescente de cannabis e derivados de cannabis em todo o país, os profissionais de odontologia podem esperar encontrar mais pacientes experimentando vários efeitos colaterais do uso de cannabis, incluindo efeitos na cavidade oral (por exemplo, maior risco de doença periodontal) e um amplo espectro de efeitos colaterais físicos e mentais.

A análise química da Cannabis sativa identificou mais de 500 compostos, dos quais mais de 125 são canabinoides, uma classe de substâncias químicas que interagem diretamente com os receptores canabinoides endógenos do sistema nervoso. O tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD) são dois dos principais (e mais bem estudados) canabinóides presentes na cannabis. Do ponto de vista neurotrópico, o THC é considerado o mais importante dos canabinoides e é o principal princípio ativo da maconha, responsável por seus efeitos psicoativos.

A concentração de THC determina a potência de um produto de cannabis e varia amplamente entre e dentro de várias preparações.  Potência de THC de produtos de cannabis tem sido observada para ser crescente ao longo do tempo.  THC normalmente se refere ao isômero delta-9 mais potente, embora formas sinteticamente concentradas de delta-8 THC e delta-10 THC estão se tornando cada vez mais comuns.2

As folhas secas e flores da planta de cannabis são geralmente enroladas em cigarros (“articulações ) ou colocado em uma água (“bong”22) ou outros cachimbos e fumados, ou suas formas de resina ou óleo (haxixe e óleo de haxixe, respectivamente) são ingeridos ou inalados. Quando fumada, a maconha fornece concentrações médias de THC entre 0,5% e 9,6%  embora os produtos de cannabis disponíveis possam ter concentrações consideravelmente mais elevadas de THC (muitas vezes superiores a 18%).

A cannabis também pode ser vaporizada através de um processo de aquecimento não combustivo que libera compostos psicoativos, como o THC, que são inalados pelo usuário. Vários modelos de vaporizadores, incluindo dispositivos do tamanho de caneta e de mesa, são usados para vaporizar erva de cannabis, cera ou líquido eletrônico.  Pesquisas iniciais mostraram que o vaping de cannabis tem se tornado cada vez mais popular entre adolescentes  e também pode produzir efeitos subjetivos mais fortes da droga e prejuízo no funcionamento cognitivo.2

Outro método de administração de cannabis, conhecido como “dabbing”, usa óleo concentrado de haxixe butano, que é vaporizado rapidamente e inalado. A ingestão com concentrado de cannabis é um modo de administração altamente potente, com concentrações de THC variando de 66,4% a 75,5%. A prática de dabbing foi citada como fator causal em um relato de caso de lesão pulmonar aguda simulando pneumonia, bem como eventos adversos associados à alta concentração de THC (por exemplo, incapacitação, vômitos).

A cannabis também pode ser misturada em substâncias alimentares, e numerosos produtos alimentares derivados da cannabis estão disponíveis para fins medicinais ou recreativos, particularmente nos estados dos EUA que legalizaram a maconha recreativa. Alguns produtos alimentares contêm formas de haxixe com concentrações de THC que variam de 2% a 20% (comestíveis com concentrações muito mais altas de THC também estão disponíveis em alguns estados). O consumo de alimentos que contenham cannabis ou compostos derivados da cannabis (por exemplo, THC) está associado a um início mais lento de efeitos psicoativos, que podem ser retardados em uma a três horas. Os pesquisadores observaram que o uso de comestíveis de cannabis pode apresentar preocupações de segurança pública devido aos efeitos persistentes do THC dentro do corpo, o que pode potencialmente aumentar o risco de consumo excessivo inadvertido. Além disso, em 2022, a FDA emitiu um alerta ao consumidor que aconselhou os adultos a manter os produtos comestíveis de cannabis longe de crianças pequenas, devido a preocupações com o envenenamento por ingestão acidental.

O canabidiol (CBD) é outro canabinoide primário presente na planta da cannabis, mas ao contrário do THC, o CBD não é psicotrópico, por isso não causa uma “alta”. O uso de CBD tem aumentado em popularidade por seus benefícios potenciais em fornecer alívio de condições como ansiedade, depressão, insônia, dor e epilepsia.37,38 Formas populares de CBD incluem CBD suspenso em óleo, álcool (tinturas), ou um spray administrado sublingualmente, líquido de vaporização, cápsulas/comprimidos, cremes tópicos e comestíveis.39, 40

Embora o cânhamo (cannabis com uma concentração de THC de ≤ de 0,3% em uma base de peso seco) não seja mais considerado uma substância controlada sob a Lei de Melhoria Agrícola de 2018, produtos de CBD sem receita e suplementos dietéticos contendo ou derivados de cannabis não são aprovados pela FDA. Em setembro de 2021, o CDC lançou um aviso de saúde alertando os consumidores de que a rotulagem do produto CBD pode subestimar a concentração de THC ao não relatar concentrações de delta-8 THC, o que pode resultar em efeitos psicoativos e outros efeitos adversos.23

Os efeitos neurológicos e comportamentais da cannabis incluem uma sensação de bem-estar associada a comprometimento cognitivo e psicomotor imediato.4, 5, 21, 29, 41 O uso frequente tem sido associado a efeitos sistêmicos crônicos à saúde, incluindo dependência21, 22, 42 e interrupção do desenvolvimento cerebral,5, 42 particularmente entre os adolescentes – que não são apenas os mais propensos a experimentar a droga, mas também estão em um período crítico para o desenvolvimento do cérebro.5, 21, 42, 43 O consumo de cannabis na adolescência está também associado a uma relação pouco clara com perturbações psicóticas e a uma exacerbação dos sintomas psicóticos, incluindo episódios esquizofrénicos,21, 42, 44-48 além de ideação e comportamento suicidas.23, 49 A exposição pré-natal à cannabis também tem sido associada à psicopatologia infantil.43, 50

Os efeitos cardiovasculares imediatos da cannabis incluem aumento da frequência cardíaca (taquicardia) e interrupções da microcirculação que podem levar a uma série de condições graves, de infarto do miocárdio a acidente vascular cerebral  e doenças oclusivas vasculares denominadas “arterite canábica” ,  Além disso, há relatos de casos de morte súbita cardíaca durante intoxicação  Além de um estudo que encontrou maior risco de aumento da pressão arterial sistólica após o uso de cannabis.58

A cannabis contém muitos dos mesmos carcinógenos que o tabaco, e o tabagismo crônico de maconha está associado a patologias respiratórias semelhantes às do tabagismo,  embora a co-ocorrência de tabaco e maconha complique a atribuição de causalidade à cannabis.

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O CBD e o Sistema Cardiovascular

O CBD como tratamento para o sistema cardiovascular

Neste artigo, gostaríamos de discutir os diferentes benefícios que o CBD, um acrónimo para canabidiol, pode oferecer ao sistema cardiovascular. Ao referirmo-nos ao CBD, estamos a falar do principal canabinóide de canábis, um componente que pode ser encontrado em até 40% dos seus extractos.

A função do sistema cardiovascular

Em termos simples, o sistema cardiovascular é composto pelo coração e por uma rede de vasos sanguíneos e é responsável pela circulação do sangue em todos os cantos do corpo. Por conseguinte, o sistema cardiovascular, juntamente com o sistema vascular linfático, faz parte do sistema circulatório.

Olhando um pouco mais profundamente, descobrimos que o sistema cardiovascular também suporta outras funções importantes, tais como controlo hormonal, reprodução, em termos de manutenção de uma erecção, regulação da temperatura corporal, expulsão vital de sais e substâncias através da filtragem do rim ou defesa, transporte de anticorpos e células imunitárias para protecção contra agentes patogénicos.

Doenças cardíacas mais comuns

Tendo em conta o papel absolutamente vital do nosso coração, não é surpreendente que as complicações a ele associadas sejam actualmente a principal causa de morte por doença. Na Espanha, as doenças cardiovasculares são a causa número um da mortalidade – com 23% dos casos – como se reflecte no relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) em 2020. Esta causa está acima do cancro (20,4%) e das doenças infecciosas (20,9%). Note-se que 67,5% das mortes por doenças infecciosas em 2020 foram associadas ao Covid-19.

Os maus hábitos estão intimamente ligados ao rápido aumento de problemas cardíacos. É evidente que o estilo de vida sedentário, o stress, o fumo ou uma dieta inadequada, entre outros factores, são as causas mais comuns de problemas de saúde e devem ser activamente combatidos.

Aqui está uma visão geral das cinco doenças cardíacas que têm hoje uma maior relevância:

Enfarte do miocárdio (ou ataque cardíaco)

O fluxo sanguíneo para qualquer parte do coração é diminuído ou totalmente bloqueado. Esta parte acaba por se deteriorar e morrer. Dificuldade de respiração, tonturas e pressão no peito são os seus principais sintomas.

+Insuficiência cardíaca
A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração não tem a capacidade de bombear sangue suficiente e, manter um fluxo de sangue suficiente no corpo. Para evitar isto, será essencial monitorizar, entre outras causas, a hipertensão, diabetes ou doença coronária.

+Angina (Dor no peito)

Angina, também conhecida como dor no peito, ocorre quando não há sangue suficiente para o músculo cardíaco devido a alguma obstrução nas artérias coronárias. Uma forte pressão no peito é o principal sintoma

+Aneurisma

Este é o resultado do enfraquecimento e inflamação das paredes arteriais de uma parte específica do corpo. Tenha em mente que, em muitos casos, esta inflamação é assintomática, pelo que é essencial efectuar controlos de rotina.

+Arritmia

Esta condição está associada a um batimento cardíaco irregular. Quando este batimento cardíaco é retardado, falamos de bradicardia; quando se trata de um batimento cardíaco acelerado, referimo-nos a ele como taquicardia. Também podem ocorrer arritmias intermitentes, causando sintomas tais como palidez, tonturas ou asfixia, entre outros.

Impacto do CBD no sistema cardiovascular – benefícios e possíveis riscos

Depois de termos adquirido uma melhor compreensão do sistema cardiovascular, podemos agora concentrar-nos no nosso tema principal – ou seja, o CBD.

Ao contrário do THC (tetrahidrocanabinol), CBD não tem efeito psicotrópico (ou seja, não causa vertigens ou euforia, conhecida como “mocada”), tendo um impacto positivo mais amplo em aplicações médicas, por exemplo, em casos de esquizofrenia, epilepsiaansiedade perturbações ou esclerose múltipla. O seu efeito é sedativo na maior parte da casuística, inibindo o fluxo de sinais nervosos de dor. Do mesmo modo, num estudo publicado na revista Terapia Molecular Cancer em 2007, concluiu-se que o CBD pode induzir a morte celular programada, independentemente dos receptores CB1, CB2, ou vanilóide, retardando assim significativamente o desenvolvimento do cancro da mama1.

A lista de aplicações médicas do CBD tem vindo a aumentar ao longo do tempo e os cientistas começaram a examinar a associação entre o composto e os seus benefícios no nosso sistema cardiovascular. Assim, em 2012, no British Journal of Clinical Pharmacology, foi publicado um artigo de três membros da Universidade de Nottingham, que sugere provas de que o CBD é benéfico para o sistema cardiovascular2. Isto deve-se às suas acções directas sobre as artérias isoladas uma vez que estas acções causam vasorelaxação aguda. Desta forma, por exemplo, o CBD actua como um agente protector contra os danos vasculares causados pela presença de glicose elevada. Com efeito, os estudos realizados por estes especialistas convergem sobre o antioxidante e efeitos anti-inflamatórios do CBD.

A avaliação conjunta dos dados pré-clínicos obtidos pelos estudos acima mencionados apoia o papel benéfico do CBD no tratamento das doenças cardíacas, e mesmo na vasculatura periférica e cerebral. No entanto, salientam que “é necessário mais trabalho para reforçar esta hipótese”. Hoje em dia, a hipótese é bastante forte.

Facto Rápido

Dado que, na maioria dos casos, os problemas cardiovasculares são causados por algum tipo de inflamação, diferentes estudos na área nos últimos anos foram capazes de demonstrar como o CBD tem efeitos anti-inflamatórios que implicam a protecção dos tecidos do sistema cardiovascular.

É o caso, por exemplo, do estudo realizado em 2016 por uma equipa internacional de investigadores3. Os testes realizados em ratos demonstraram a redução da inflamação dos tecidos cardiovasculares através do tratamento persistente do CBD. Desta forma, o risco de exacerbação da insuficiência cardíaca foi reduzido e, por sua vez, a recuperação do estado original foi mais fácil. Em resumo, esta investigação transnacional confirmou que o CBD pode ajudar a melhorar a miocardite – inflamação do músculo cardíaco.

De facto, um ano antes, em 2015, os investigadores chineses já tinham demonstrado, após vários testes em coelhos, como o canabidiol tinha um efeito positivo na recuperação do enfarte cardíaco4 Os coelhos que tinham recebido CBD após terem sofrido um ataque cardíaco voltaram ao normal muito mais rapidamente do que aqueles a quem foi simplesmente dado placebo.

Se formos ao extremo oposto dos efeitos do CBD, ou seja, aos seus riscos, dificilmente teremos algo a rever. Desde que seja tomado com cautela, o CBD é geralmente bem tolerado por todos, como relatado pela própria Organização Mundial de Saúde (OMS),5CANNABIDIOL (CBD) Relatório de pré-avaliação. Organização Mundial de Saúde. No entanto, poderia interagir com certos medicamentos.

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O que é o Sistema Endocanabinoide (SEC)?

SEC é um composto pelos canabinoides endógenos anandamida (AEA) e 2-araquidonoilglicerol (2-AG), e se ligam a receptores canabinoides do tipo 1 e 2 (CB1 e CB2) e enzimas de síntese e degradação.

Identificado pela primeira vez em 1964, pelo químico Raphael Mechoulam, sendo um complexo sistema de sinalização celular por meio de transmissores dentro do corpo. O SEC compreende os canabinoides endógenos anandamida (AEA) e 2-araquidonoilglicerol (2-AG), os receptores canabinoides do tipo 1 e 2 (CB1 e CB2) e enzimas de síntese e degradação.

Quando os receptores canabinoides são estimulados, uma variedade de mecanismos fisiológicos ocorrem.

O SEC permite a comunicação e coordenação entre as células por se encontrarem nas interseções de vários sistemas. Ou seja, os endocanabinoides e seus receptores se encontram espalhados por todo o corpo, em membranas celulares do cérebro, órgãos, tecidos conjuntivos, glândulas e células do sistema imunológico.

O cérebro humano produz a sua própria Cannabis – uma substância química a que deram simbolicamente o nome de Anandamida, palavra derivada do sânscrito ‘Ananda’, que significa calma interior, portador de paz, felicidade interna.

Os 2 receptores canabinoides mais estudados são:

• CB1 – predominante no sistema nervoso, tecido conjuntivo, gônadas, glândulas e órgãos.

• CB2 – são encontrados no sistema imunológico e suas estruturas.

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A Cannabis Sativa

Existem mais de 400 compostos na Cannabis, dos quais 60 são canabinoides já identificados e responsáveis pelos efeitos da planta, juntamente com seus moduladores. As propriedades medicinais dessa planta estão presentes em diversos canabinoides que podem ser extraídos das folhas, flores e caule, bem como em outras substâncias como flavonoides e terpenos. No Brasil, essas propriedades terapêuticas são reconhecidas pela ANVISA desde 2015.

Canabinoides principais – Compostos químicos encontrados na planta de Cannabis que têm efeitos físicos e mentais quando interagem com receptores canabinoides no corpo:

CBD (canabidiol): alivia espasmos, diminui convulsões, relaxa os músculos, é analgésico e reduz a ansiedade.

THC (Tetrahidrocanabinol): relaxa os músculos, é analgésico, alivia espasmos e possui propriedades antioxidantes.

CBN (canabinol): alivia espasmos, possui propriedades anti-inflamatórias, diminui convulsões e é antioxidante.

THCV (Tetrahidrocanabivarina): estimula o crescimento ósseo, aumenta o apetite e diminui convulsões.

CBDV (Cannabidivarin): diminui convulsões e trata distrofia neuromuscular.

CBC (canabicromeno): possui propriedades anti-inflamatórias, estimula o crescimento ósseo, é antifúngico e antibacteriano.

CBG (canabigerol): estimula o crescimento ósseo, possui propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias, além de diminuir a pressão arterial.