De acordo com as regras da WADA (Agência Mundial Antidoping), a Cannabis está atualmente proibida em competições, no entanto, um dos principais fitocanabinoides presentes, o CBD, foi especificamente retirado da lista de substâncias proibidas pela WADA em 2018. Isso resultou em um aumento significativo do interesse pelo CBD no mundo do esporte.
Todos os outros derivados de fitocanabinoides são proibidos por padrão, com exceção do THC, que é classificado como uma substância de limite. Isso significa que apenas concentrações superiores a 150 ng/ml na urina resultam em uma violação das regras antidoping (ADRV) [6]. É fundamental destacar que a regulamentação legal do CBD em si é complexa e, portanto, é crucial que os atletas estejam cientes das leis específicas de seus países e, no caso dos Estados Unidos, das leis estaduais antes de considerar o uso potencial do CBD no esporte. Apesar da falta de clareza em relação à legalidade do comércio e consumo de CBD, a suplementação com CBD tem ganhado popularidade entre atletas devido aos supostos benefícios para o desempenho e recuperação atlética. No Brasil, o consumo de CBD para fins medicinais já é permitido pela ANVISA, já sendo popular, inclusive, para os praticantes de atividade física.
Dor, inflamação e função muscular desempenham papéis cruciais no contexto do exercício físico. Durante períodos de competição intensa e sessões de treinamento especializadas, a gestão da dor e da recuperação muitas vezes envolve o uso de anti-inflamatórios não esteroides e em alguns casos, opiáceos. Portanto, não é surpreendente que um estudo recente com atletas de rugby de elite tenha revelado que 26% deles já experimentaram ou utilizado suplementos de CBD. Neste estudo, cerca de 80% dos jogadores mencionaram o controle da dor como a principal razão para experimentar.
Sono e ansiedade desempenham um papel crucial na recuperação de atletas pois frequentemente relatam desafios relacionados à quantidade e qualidade do sono. Vários fatores podem contribuir para distúrbios do sono em atletas, incluindo o uso de suplementos pré-competição, o cronograma de competições, as implicações das viagens de longa distância e a ansiedade associada à competição. Portanto, é compreensível que os atletas estejam explorando produtos como o CBD, com a esperança de melhorar a qualidade do sono e reduzir a ansiedade.
Em conclusão, estudos pré-clínicos demonstraram que o CBD possui propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, ansiolíticas e neuro protetoras e influência no ciclo do sono. Portanto, o CBD pode ser considerado um composto promissor no domínio do esporte para ajudar os atletas a gerenciar lesões, ansiedade, estresse ou distúrbios do sono.